Virus Corona

O vírus e a insustentável forma de vida humana neste planeta

Viver é uma experiência difícil para as almas, dizem. Como se fosse algo contranatura, pois na sua condição diáfana, sujeitam-se a uma experiência física semelhante às dos mergulhadores que usam escafandros no fundo do mar.

Somos todos mergulhadores de grande profundidade que usam fatos bem pesados, com oxigenação rarefeita face às necessidades reais da alma. Por isso, viver é difícil, dizem…

Nesta experiência, todos os seres humanos são experimentadores da dimensão física, às vezes conquistadores e, muitas vezes, numa inconsciência profundamente arrogante que encara a realidade como se fosse moldável a todos os seus desejos, devastadora para todas as formas de vida. Assim tem sido.

A forma como a humanidade se comporta quando usa este escafandro que se chama corpo físico, faz com que a vida do planeta se encontre em perigo.

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Todos os habitats do mundo estão em perigo.

Todos os dias se perdem para sempre animais, plantas e avançamos para uma irrevogável extinção com o aquecimento global do planeta. Com muito sofrimento para as gerações vindouras, claro! Ou seja, os futuros mergulhadores de grande profundidade vão debater-se com o lixo nas profundezas, com a escassez, com violentas tempestades, a aridez do deserto por todo o lado e a incontornável extinção da vida.

Daí que este vírus que está a disseminar-se por todo o lado, ser uma bênção na tomada de consciência global, para todos os mergulhadores. Se não vejamos:

  • Se houvesse dúvidas sobre a fragilidade da economia de mercado, a esta altura já não existiriam.
  • Se houvesse dúvidas que a China e o mundo inteiro precisam de mudar a forma como tratam a vida animal e vegetal, a esta altura elas já não deveriam existir.
  • Se houvesse dúvidas que a economia global é direta e indiretamente responsável pela forma como a China polui o planeta, pela avidez com que procura e exige mercadorias baratas, essas dúvidas deveriam ter-se dissipado.
  • Se houvesse dúvidas que o medo é a matéria prima que fornece energia à venda das notícias e que coloca o público imerso numa bolha que permite que outros controlem as suas emoções e pensamentos, conduzindo-o aos patamares de ansiedade certa, que o coloca na senda certeira das escolhas politicas pretendidas e consumir o que é promovido sub-repticiamente, desta forma; elas deveriam ter terminado quando começou esta crise.

Como todas as crises, ela aporta à consciência do mergulhador a necessidade de mudar os padrões onde assenta a forma de vida que assume no fundo do mar.

É uma grande oportunidade para se perceber que esta forma de vida humana é insustentável e, talvez, a Mãe Terra tenha decidido mostrar aos mergulhadores que, assim, são absolutamente dispensáveis no cenário do fundo do mar.

Talvez…

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Já que está aqui…

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